domingo, fevereiro 23, 2014

Muitas novidades da Adega de Borba

Quem pensou que os dois Montes Claros, apresentados há dias eram tudo o que vinha daquela vila alentejana, eram tudo, enganou-se. Optei por não os juntar todos, visto não terem chegado na mesma ocasião.
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Enquanto os primeiros foram entregues em casa, para prova, os restantes serviram-se num almoço assustador de bom no Chefe Cordeiro, no Terreiro do Paço (Lisboa)... a comida estava óptima e o casamento com os vinhos muito bem conseguida.
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Almoço assustador de bom e prova de resistência. Ui! Foi coisa violenta... convívio cinco estrelas e, como se não bastasse o firmamento dentro da cabeça, um grupo de tiroleses (não tem nada a ver) foi ainda dar à língua para o Museu da Cerveja... uma banal cervejaria, com nome a atirar ao pingarelho, de estética sem estética, com serviço antipático, preços absurdos e uma oferta que me pareceu cingir-se à dos países lusófonos. Só lá voltarei se tiver mesmo de ser.
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Ora as estrelas do espectáculo:
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Montes Claros Espumante Bruto
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Fresco e atrevido, de bolha fina, por isso perigoso. As línguas começaram a palpitar... boas conversas.
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Origem: Borba / Alentejo
Nota: 7/10

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Adega de Borba Premium Rosé 2012
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Este foi à barrica durante seis meses: resultou bem, deu-lhe estrutura e não o marcou. Fez-se com aragonês, syrah e touriga nacional, o pau travou os ímpetos. Equilibrado e prazenteiro.
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Gostei mais da pastilha elástica da edição anterior, mas as gomas (com menos açúcar do que...), o floral e o fino picante deram muito bom resultado.
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Origem: Borba /Alentejo
Nota: 6,5/10
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Senses Syrah 2012
O trabalho da equipa da Adega de Borba, que não começa nem finda no enólogo, mostra-se nos vinhos e na sua consistência de perfil, qualidade e mostra do ano.
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Lendo as notas, deste e do ano transacto, percebo que o anterior me marcou mais. Porém, se a memória não falha, este anda perto na personalidade.
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Origem: Regional Alentejano
Nota: 7/10
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Senses Touriga Nacional 2012
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Pois... a touriga nacional. Travada ou domesticada, mas com o seu temperamento. Confesso-me um pouco cansado desta casta no Alentejo e no Douro... o mercado manda, os vinhateiros decidem e eu aguento-me à bomboca.
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O mesmo estilo, com suas compotas de morango e geleia de cereja. Um pouco doce na boca, equilibrado e com frescura.
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Origem: Regional Alentejano
Nota: 6/10
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Adega de Borba Premium 2011
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Este já é uma peça de artilharia. Bum! Corpo forte e com garra, com taninos recolhidos, como as garras dum gato. No nariz mostra morango maduro, chocolate preto e um suave pimentão.
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A cabernet sauvignon não se consegue esconder, mas aqui está bem camuflada com cultivares de bom valor e que se portaram com dignidade: alicante bouschet, touriga nacional e trincadeira.
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Na boca mostra café torrado, pimenta preta, chocolate de cozinha, com garrafa e fundura.
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Origem: Borba / Alentejo
Nota: 7,5/10
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Montes Claros Garrafeira 2009
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Ui! É mesmo como gosto! Artilharia pesada... cabuuuuum! Porque nem só de elegância vive o homem... este general tanto usa camuflado como traje de grande gala. Bate-se com comidas fortes, mas consegue ser delicado com carnes vermelhas menos resistentes, desde que com tempero certo.
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É mineral, maçã encarnada (não me lembro como se chama, mas há em toda a parte), geleia de morango, café bem torrado, chocolate de cozinha, cravinho, leve canela, noz moscada... na boca, cuidado com ele... com vagar e pouco, sob pena de ser portar como dinamite. Com calma é tranquilo e suave, fundo, prolongado, pedindo refeições longas e conversas onde todos participam.
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Origem: Borba / Alentejo
Nota: 8,5/10
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Nota: No almoço foram servidos ainda Adega de Borba Licoroso Premium Tinto e Adega de Borba Aguardente Velhíssima... todavia, já estava fora de combate, enamorado pelo Montes Claros Garrafeira 2009.

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