terça-feira, outubro 13, 2009

Lancers Free

Será que o álcool é parte integrante do vinho? Diria que sim. Mas o que se pode chamar a um vinho a que tiraram o álcool? Vinho, certamente. À falta de melhor vocábulo, vinho é a palavra adequada.
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Tirar o álcool ao vinho é legítimo? É com certeza. Mesmo que não se queira chamar-lhe vinho, tudo é legítimo desde que não ponha em causa a saúde pública. E neste domínio convém lembrar que o abuso de álcool é um problema de saúde pública e de segurança pública.
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Pode chamar-se de mera bebida, de produto apenas, mas será isso mau? Os produtores de vinho pertencem a alguma casta de escol, apenas porque o são? Não! Há empresa que merecem confiança e boa reputação. É o caso da José Maria da Fonseca.
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E que o Lancers Free seja apenas um produto, uma mera bebida adocicada, que mal tem isso? Nunca vi tamanhas críticas a produtores e a vinhos como a que muitos «eruditos» têm feito. Porquê? Porque o vinho é sem álcool. E quantos vinhos são meros produtos, sem interesse nem glória?
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O problema não está em ter ou não ter álcool, mas no facto de ser ou não agradável. Podem os mais críticos afirmar que o Lancers Free é mau ou desinteressante. De facto não é interessante nem desafiador, mas não diria mau, pois não é um produto mal feito.
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O agradável depende da boca de cada um. O agradável depende do momento. O agradável pode até depender do objectivo. O final duma tarde de praia, em que se tem de conduzir para casa, não pode ser um momento para beber um vinho sem álcool? Pode com certeza.
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Como vinho não me desperta qualquer interesse. Digo apenas que me pareceu bem feito, coisa que se exige a uma empresa de bebidas, de vinho ou do que quer que seja. É doce, é rebuçado, é refrigerante. Mas, à falta de melhor palavra, é vinho. O marketing da empresa fará o melhor que pode e sabe, o que se compreende e se exige. Comprar é uma opção e experimentar é uma ideia.
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Para rematar, devo dizer que bebo melhor este vinho do que a esmagadora maioria dos vinhos baratos que por aí povoam as cartas de vinhos. Dou-lhe, por isso, uma nota positiva.
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Origem: Vinho de mesa
Produtor: José Maria da Fonseca
Nota: 3/10

1 comentário:

João de Carvalho disse...

Tenho por definição o vinho como uma bebida alcoólica, agora se lhe tiram a alma, penso que de vinho não tem nada.

Mal feito não será certamente, mas ainda é cedo para afirmar se é dos melhores exemplares sem álcool a andar por ai.

Continuo a preferir sumo de fruta natural.